Filho do farmacêutico Celso de Oliveira Quintana e da dona de casa Virgínia de Miranda Quintana, o poeta e escritor nasceu no dia 30 de julho de 1906, em Alegrete, cidade do Rio Grande do Sul.
Após freqüentar algumas escolas em sua cidade natal, Quintana ingressou no Colégio Militar de Porto Alegre.
Em regime de internato, começou a produzir seus primeiros trabalhos literários, publicados na revista dos alunos da instituição.
Cinco anos depois, por problemas de saúde, Mario Quintana deixou o Colégio Militar e ficou em Porto Alegre trabalhando na Livraria do Globo, uma grande editora da época.
Sua atividade na livraria durou apenas três meses.
Em 1925, voltou a morar em Alegrete, onde passou a trabalhar na farmácia de seu pai, ao mesmo tempo em que continuou escrevendo poesias e contos.
Durante a Revolução de 30, alistou-se como voluntário no Batalhão dos Caçadores, uma das tropas civis que foi a pé até o Rio de Janeiro para conduzir Getúlio Vargas ao poder.
Na então capital do país, morou por seis meses e depois retornou a Porto Alegre onde permaneceu até sua morte.
Recebeu seu primeiro prêmio literário com a publicação do conto “A sétima personagem”, em concurso promovido pelo jornal “Diário de Notícias”, de Porto Alegre. A partir de 1934.
Quintana começou a traduzir livros de diversos escritores estrangeiros como Fred Marsyat, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant e, até mesmo, Marcel Proust.
Algumas dessas traduções obtiveram tanto sucesso que continuam sendo reeditada.
Ao ler um de seus poemas.
Ao ler um de seus poemas na revista Ibirapuitan, o já consagrado escritor Monteiro Lobato lhe pediu que escrevesse um livro.
A obra foi produzida doze anos depois, com o título “Espelho Mágico”.
O lançamento do seu primeiro livro só aconteceu em 1940, com a publicação de “A Rua dos Cataventos”, obra formada por 35 sonetos que passam a ser publicados em diversos livros escolares.
Apesar da boa aceitação pela crítica, o reconhecimento do seu trabalho como escritor só chegou três anos depois com “O aprendiz de feiticeiro”, que recebeu elogios de grandes poetas brasileiros como Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade.
Com um estilo tranqüilo e introspectivo, Quintana não se sentia à vontade para falar de sua vida pessoal.
Em uma entrevista, chegou a dizer que a sua vida estava descrita nos seus poemas.
“Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão”. Solteiro e sem filhos, o escritor passou grande parte da sua vida morando em hotéis e pensões da capital gaúcha.
Entre eles, durante mais de 12 anos, viveu no hotel Magestic.
Após a sua morte, o prédio do hotel foi tombado e se transformou na Casa de Cultura Mario Quintana.
Quintana nunca conseguiu vencer a eleição para uma cadeira de imortal.
Após a derrota na terceira eleição, o autor não perdeu o bom humor característico de sua obra e compôs um pequeno poema sobre o fato.
“Todos esses que aí estão/ atravancando meu caminho,/ eles passarão…/ eu passarinho!”.
Apesar de não ter entrado para Academia, em 1981, o poeta recebeu o Prêmio Machado de Assis e, em 1981, o Prêmio Jabuti de Personalidade Literária do Ano.
Quintana recebeu inúmeras homenagens durante a vida, mas morreu negando as reverências.
“Dizem que sou modesto”…
Pelo contrário, sou tão orgulhoso que acho que nunca escrevi algo à minha altura. Porque poesia é insatisfação, um anseio de auto-superação.
“Um poeta satisfeito não satisfaz”
Mario Quintana trabalhou traduzindo obras para o português até morrer, perto de completar 87 anos, no dia 05 de maio de 1994.
Nesta data, milhares de pessoas acompanharam o cortejo do poeta pelas ruas de Porto Alegre, prestando a sua última homenagem a um dos maiores representantes do Modernismo brasileiro.
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