Aprender não significa apenas saber gramática, matemática, um pouco de geografia e história.
As escolas devem cuidar de nossa dupla aspiração: realizar-nos como indivíduos, em nossas atitudes, habilidades e construir vínculos dentro de uma comunidade.
Os professores devem, antes de tudo, estar conscientes de que as crianças devem ser acompanhadas nesta dupla aspiração.
O estudo do conhecimento deveria ser a primeira coisa a ser ensinada.
O conhecimento não é um caminho linear, mas cheio de armadilhas, dúvidas, correções.
E assim aí estamos sujeitos ao “erro”.
Todo erro deve ser analisado, entendido: é uma oportunidade extraordinária de progredir.
A escola ensina muitas certezas, mas ninguém explica às crianças que a vida é feita sobretudo de incertezas: saúde, economia, guerras.
Já no ensino fundamental as crianças devem ser educadas para a incerteza, que faz parte da existência, e devem ser capazes de reconhecer erros e ilusões.
A melhor forma de fazer isso é ter uma abordagem multidisciplinar do conhecimento.
A separação das disciplinas hoje não faz mais sentido.
É todo o sistema educacional contemporâneo ainda infelizmente, fundado na disjunção entre ciência e cultura humanística, que deve ser revolucionado, o mundo evoluí, as crianças já não são mais as mesmas de dez, quinze ou vinte anos atrás.
Infelizmente, a maior resistência a essa abordagem vem dos professores.
Eles não têm mais o prestígio de outrora, foram desafiados pelas famílias e, por isso, refugiam-se na defesa da soberania dos seus súditos.
É um pecado.
Os julgamentos dos professores são mais importantes do que as notas.
Talvez as notas possam ser mantidas em algumas disciplinas de ciências, mas nas humanidades não.
O professor não deve mais distribuir conhecimentos prioritariamente aos alunos, mas sim corrigir, comentar, se tornar uma espécie de maestro, em diálogo contínuo.
Ele também deve estimular o espírito crítico!