Com o avanço da tecnologia e as mudanças estruturais que o mercado de trabalho vem sofrendo desde a pandemia, estamos acompanhando uma verdadeira reestruturação de papéis, demandas, prioridades e sem dúvidas, competências no mercado de trabalho.
Com empresas adotando tecnologias como big data, cloud computing (comunicação em nuvem), e-commerce, criptografia, robôs humanoides e inteligência artificial em suas operações, novas habilidades estão emergindo, mostrando-se fundamentais para o líder do futuro.
Neste cenário de constante transformação, o Fórum Econômico Mundial identificou as 15 habilidades do trabalho do futuro que serão fundamentais a médio e longo prazo, e muitas delas estão voltadas para a esfera comportamental – as chamadas people skills.
Entre as principais competências elencadas está a inteligência emocional, habilidade que progrediu junto ao mercado e se tornou fundamental para o alto desempenho, ajudando líderes e gestores a impulsionarem suas carreiras.
A inteligência emocional é responsável por quase 90% do que diferencia profissionais de alto desempenho daqueles que possuem hard skills semelhantes, e contribui diretamente para uma performance não só voltada para resultados mas também para as pessoas – o principal ativo de qualquer companhia.
Mas antes de entender como ela atua no desenvolvimento de carreira, é importante entender o que fez com que essa habilidade se tornasse tão relevante atualmente.
Inteligência emocional pode ser descrita como a capacidade de entender e gerenciar as próprias emoções, reconhecendo que elas influenciam as emoções de outras pessoas.
Aprender a gerir emoções aprimora a resiliência em momentos de pressão, ajuda a lidar melhor com conflitos do dia-a-dia e melhora as relações, tornando-se fundamental em qualquer esfera da vida, incluindo a profissional.
Colaboradores cuja liderança possuía inteligência emocional eram mais felizes, criativos e inovadores.
Em contrapartida, 70% daqueles que consideravam a liderança com baixa inteligência emocional possuíam sentimentos negativos.
Os líderes mais eficazes são todos parecidos de uma maneira crucial: todos eles têm um alto grau do que veio a ser conhecido como inteligência emocional.
Não é que QI e habilidades técnicas sejam irrelevantes, elas importam, mas [acabam sendo] os requisitos básicos para posições executivas.”
Conhecimentos comprovados por meio de certificados e capacitações não perderam valor, pelo contrário.
Contudo, desenvolver outras habilidades – incluindo inteligência emocional – deve ser o foco a médio e longo prazo, e contanto que haja disponibilidade para o aprendizado, é possível cultivá-las todos os dias.
Os 5 pilares da inteligência emocional:
Entender os fundamentos que regem essa habilidade é essencial, por isso, separamos os 5 pilares da inteligência emocional que te ajudarão a incrementá-la – promovendo a alta performance sem perder a qualidade das entregas e das relações:
1✓ Autoconsciência
2✓ Gestão das emoções
3✓ Automotivação
4✓ Empatia
5✓ Relacionamento interpessoal
A partir desses pilares, é possível liderar de maneira mais engajada, comprometida e alinhada, fortalecendo a cultura organizacional e alcançando os objetivos do negócio.
1 – Autoconsciência
A autoconsciência é a capacidade de manter plena atenção ao que sentimos internamente, sendo capaz de reconhecer um sentimento quando ele ocorre.
Líderes autoconscientes são eficazes pois além de conhecerem sua equipe conhecem a si mesmos, e quando há compreensão quanto a essa dinâmica (interna e externamente), é mais fácil estabelecer rituais que permitam um maior alinhamento de expectativas entre ambas as partes.
2 – Gestão das emoções
Reconhecer nossos pensamentos e emoções é um passo importante rumo ao desenvolvimento da inteligência emocional, contudo é o começo de uma jornada que deve ser desenvolvida amplamente.
Gestão das emoções nos ajuda a equilibrar nossos sentimentos e é importante para um ambiente de trabalho mais harmônico – principalmente as negativas.
As emoções negativas mais comuns vivenciadas no trabalho são:
✓Frustração
✓Preocupação
✓Raiva
✓Antipatia
✓Infelicidade
Por sermos criaturas naturalmente emocionais, buscar esse equilíbrio pode ser um grande desafio, mas mostra-se fundamental para garantir nosso bem-estar, principalmente no trabalho – em que uma administração mais cuidadosa de sentimentos é necessária.
3 – Automotivação
Tanto na vida pessoal quanto na profissional, a automotivação é uma característica essencial para alcançarmos bons resultados.
Em outras palavras, uma pessoa automotivada entende seu protagonismo frente a própria vida e consegue desenvolver mecanismos que as tornam mais produtivas em qualquer âmbito do dia a dia, inclusive no trabalho.
Elas também conseguem lidar melhor com os outros, adotando uma postura mais empática – o que tende a facilitar a convivência com outros colegas.
4 – Empatia
A empatia é uma habilidade psíquica que nos permite enxergar o mundo a partir do olhar do outro, e é dividida em três grupos:
Empatia cognitiva:
nos permite compreender sentimentos e pensamentos do outro;
Empatia emocional: é a capacidade de compartilhar sentimentos com outra pessoa;
Empatia compassiva: vai além de compreender e compartilhar emoções, ela nos impulsiona a ajudar.
Líderes empáticos são mais propensos a compreender os sentimentos e atitudes que motivam seus liderados, e sem julgar precipitadamente, tornam-se capazes de criar relações de confiança mais fortes, fomentando o respeito e a transparência no ambiente de trabalho, o que facilita diálogos mesmo quando eles são feedbacks negativos.
Portanto, a empatia é responsável por diminuir conflitos e melhorar o relacionamento interpessoal – gerando relações mais saudáveis.
5– Relacionamento interpessoal
A base da convivência em qualquer âmbito da vida – incluindo o trabalho – ancora-se na capacidade de cultivar bons relacionamentos, gerar conexões e estabelecer laços fortes.
Na esfera corporativa, o relacionamento interpessoal é uma soft skill fundamental para ajudá-lo a construir uma carreira sólida, ajudando a resolver crises e conflitos, se relacionar com diferentes personalidades e perspectivas.
No entanto, é importante destacar que diferente do que muitos podem pensar, o relacionamento interpessoal não diz respeito apenas a nossa capacidade de nos relacionarmos com os outros, é um reflexo direto de como nos relacionamos com nós mesmos, ou seja, para desenvolver um bom relacionamento com os outros precisamos desenvolver primeiro conosco.
Algumas dicas para mantermos a inteligência emocional, além da terapia, existem algumas outras recomendações que podem ajudá-lo a progredir – estabelecendo relações de confiança, melhorando a comunicação e o ajudando a alcançar melhores resultados:
✓Tenha uma comunicação aberta e honesta;
✓Exercite a escuta ativa (concentre-se no que o interlocutor está dizendo);
✓Desenvolva as habilidades das pessoas;
✓Respeite e aprecie os outros;
✓Aceite apoio e seja solidário;Seja positivo;
✓Esteja presente;
✓Nunca responda ou tome decisões quando estiver com raiva ou irritado;
✓Conheça seus gatilhos;
✓Cultive a disciplina;
✓Trace objetivos e metas;
✓Tenha uma postura flexível.
Além disso, ser intencional e se mostrar disponível ajuda a criar relações mais autênticas.
Passamos pelo menos 1/3 da nossa vida no trabalho ou pensando no trabalho: cultivar bons relacionamentos é fundamental.
Os 5 pilares que comentamos acima são imprescindíveis para impulsioná-la, e aprimorá-los pode ser a chave para uma liderança de alta performance, que traga resultados efetivos para a companhia.
Embora possa ser um desafio, lembre-se, todas essas habilidades podem ser aprendidas, ou seja, basta ter disponibilidade e comprometimento para cultivá-las.