O estudo “Brasil de Bolhas” da KOGA, nova unidade de estudos comportamentais e estratégia da agência DOJO de São Paulo, é fruto de uma pesquisa quantitativa e qualitativa com 2 mil pessoas que indicou cinco perfis da população sob o ponto de vista de como se comunicam e dialogam: contestadores (11,5%), isentos (43,1%), impositivos (4,5%), rígidos (13,3%) e idealistas (27,7%).
De acordo com o estudo, 43,7% dos contestadores são os menos influenciados pelos familiares, e possuem uma baixa religiosidade (13,1% se consideram ateus/agnósticos/teístas – segunda maior taxa do estudo);
acreditam na cultura como ferramenta de inserção social e no movimento de ocupar espaços públicos para furar bolhas e conectar diferentes perspectivas; são muito ativos nas redes sociais.
Os isentos não gostam, e evitam, a qualquer custo, se envolver em discussões polêmicas, independentemente do ambiente.
Quando o fazem, geralmente é em família, por se sentirem mais confortáveis e seguros.
Os isentos ainda são mais evangélicos do que a média, sendo influenciados por conceitos religiosos em assuntos de ordem moral e política; são os menos ativos nas redes sociais.
Os impositivos buscam combater grupos opostos e, mesmo sendo o menor perfil, se destacam nas discussões, sendo os mais viscerais de todos.
Este perfil também é o segundo mais influenciado pela família em relação ao seu posicionamento, e leva os conceitos da religião para discussões políticas; um público que se conecta culturalmente com aqueles que compartilham a mesma visão política, e usa seus critérios morais para apoiar ou boicotar qualquer ato cultural e ações sociais, fazem campanhas contra causas em que não acreditam e usam o WhatsApp e o Telegram para se informar e dialogar.
Para eles, a religião, a família e a tradição são questões fundamentais (48,5% são evangélicos/protestantes), que ocupam um lugar central em todos os âmbitos de sua vida, incluindo a cultura.
Os de perfil rígido costumam ter mais contato com diferentes perfis de pessoas, o que traz uma noção maior da importância da inclusão e diversidade como solução para furar bolhas; nas redes sociais, procuram fazer campanha sobre as causas nas quais acreditam; possuem maior vínculo de diálogo com seus amigos, sendo mais influenciados por estes do que pela família em assuntos sociopolíticos; têm a menor taxa de religiosidade (19,2% – maior número – de ateus/agnósticos/teístas); são mais ativos nas redes sociais do que a média, mas as utilizam menos na hora de se informar.
Os idealistas são mais abertos, reflexivos e ponderados. Têm contato com perfis diferentes, fazem campanha nas redes sociais, são mais influenciados por amigos, são menos religiosos, são mais ativos nas redes sociais.
O país está dividido porque a sociedade vive em bolhas que não se conhecem porque não se comunicam, ou muitas das vezes não enxergam o que está diante dos olhos.