É fato que a sociedade valoriza muito mais o “se mostrar e o falar o tempo todo”. Certo. Sem problemas. Mas alguns pré-julgamentos realmente me incomodam. Um especificamente: aquele que classifica a introversão como um fator limitante, algo que impede quem tem essa característica de fazer algo.

Um desabafo de um introvertido

Me perguntaram certa vez: “Você vai fazer jornalismo? Mas você é tão quietinho”. Onde está escrito que cada profissão exige determinada personalidade? Não conheço esse manual. Mas quase absorvi essa ideia.

Cheguei a achar que eu tinha algum problema de saúde ou mental e a amaldiçoar meu temperamento. Afinal, eu era diferente. Não queria ser sempre o centro das atenções, algo que parecia que todos à minha volta desejavam.

Durante uma conversa animada, um dia desses, surgiu o assunto “mulheres”. Um colega comentou que eu era pegador, que “passava o rodo geral”. Claramente a afirmação foi em tom irônico.

Imagine, eu, um introvertido, sair com alguém?! Minha introversão, mesmo não sendo dito abertamente, foi colocada como fator limitante para que eu conquistasse uma ou mais mulheres.

Quase achei que introversão fosse um problema. Quando entendi melhor o que isso significa e conheci o meu próprio funcionamento, tive outra visão. Quando enfrento situações em que preciso me expor, como participar de uma reunião ou abordar uma mulher, não penso muito no que vai acontecer. Apenas faço.

Quando estiver falando, não tem mais volta. Aí é relaxar e deixar rolar. São “dribles” possíveis de aplicar em você mesmo para que nada te impeça de fazer o que quer. Cada um descobre os próprios truques para se dar bem.

Ser alguém introvertido significa que vou precisar de mais esforço para fazer certas coisas, mas não me limita. Pelo contrário, vejo como um bom desafio.

Introvertidos que ainda não entendem sua forma de funcionamento ou não se reconhecem e nem se valorizam como merecem ainda sofrem, se sentem alienígenas, oprimidos por um mundo que parece não ter sido feito para eles.

Não escrevo para fazer juízo de valor, criar um conflito, erguer bandeiras. Pelo contrário. É mostrar que não existe o certo e o errado nesse caso. Quem disse que falar e se expor demais é bom ou que falar e aparecer menos é ruim? Existem pessoas diferentes, e cada uma deve viver e ser feliz como quiser.

Agora meu desabafo…

Antes de mais nada, preciso explicar que introversão e extroversão não é como preto e branco. Ou a pessoa é completamente extrovertida ou completamente introvertida, não. Existem áreas cinzentas entre as duas coisas e às vezes uma pessoa pode estar no meio termo entre elas. Além disso, normalmente uma pessoa que é extrovertida na maioria das vezes pode ter momentos de introversão em outras e vice versa. OU SEJA:::: não tem nada errado em se identificar com os dois traços de personalidade.

Analisando tudo isso, cheguei à conclusão de que eu sou uma pessoa extrovertida, mas bem tímida. Quase sempre eu quero conversar com pessoas que parecem legais ou que de alguma forma descobri assuntos em comum, mas não consigo ir até elas. A sensação é que eu tenho nesses momentos é bem parecida com a que Stephenie Meyer descreve em A Hospedeira: é como se houvesse outro ser dentro do meu crânio usufruindo do meu cérebro enquanto minha consciência fica ali apenas observando, sem poder interferir em nada do que esse outro ser está fazendo com o meu corpo. Apesar do medo de me aproximar e de não saber como agir, eu amo estar com as pessoas de quem eu gosto e uma semana feliz é aquela em que eu saio pra lugares diferentes vários dias seguidos.

E mesmo assim, gosto de ter pelo menos um dia na semana onde eu posso ficar em casa, enfurnada no meu quarto ouvindo música sem parar e sem ser incomodada. É um momento que eu dedico só pra mim, e eu o prezo bastante. Essa é uma característica de introversão? Sim. Mas é aquilo: seres humanos não são engessados, são fluidos. Apesar de tendermos a repetir uma determinada forma de agir, podemos agir de uma maneira totalmente diferente de vez em quando.

O que define se algo é saudável ou não é se ele não te causa transtornos na sua vida a ponto de te deixar mal. Se está tudo bem, então apenas se entenda e se aceite.

Luciane Dutra

Meu objetivo sempre foi poder ajudar as pessoas de alguma forma, seja no ambiente pessoal ou profissional, e hoje início a jornada mais eletrizante da minha vida, meu Blog, onde posso compartilhar história da vida real para você, de uma maneira única. Obrigado por sua visita, você é especial!

By Luciane Dutra

Meu objetivo sempre foi poder ajudar as pessoas de alguma forma, seja no ambiente pessoal ou profissional, e hoje início a jornada mais eletrizante da minha vida, meu Blog, onde posso compartilhar história da vida real para você, de uma maneira única. Obrigado por sua visita, você é especial!

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